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As Formigas

3/10/2019

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Ilustração por Jarbas Domingos
www.suplementopernambuco.com.br
As Formigas, in Seminário dos Ratos - Contos
Autora: Lygia Fagundes Telles
Editora: Companhia das Letras

por Liz Frizzine

É com imensa alegria que faço esta resenha sobre o conto As Formigas dessa grande escritora, jurista e membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa: Lygia Fagundes Telles (19 de abril de 1923 – 92 anos).
A escolha deste conto se deu justamente por ser bastante emblemático no que que diz respeito a contos de terror de Lygia – embora ela tenha escrito muitos outros.
As Formigas conta os momentos vividos por duas primas estudantes universitárias e hóspedes de uma pensão. Uma delas é estudante de Direito, a outra, de Medicina. Quem nos conta a história é a estudante de Direito, então temos uma história onde cujo foco narrativo dá-se sob o ponto de vista da protagonista. A pensão pertence a uma mulher que, pela descrição da narradora, que possui uma aparência que quase se confunde com a aparência do imóvel – ouso aqui citar que considerei a referência da personagem-título do conto A Cartomante, de Machado de Assis. 
Uma informação despretensiosa é passada logo no início do conto que avisa ao leitor das coincidências que só podemos esperar de histórias aterradoras: o inquilino anterior também era estudante de Medicina e deixou na pensão um caixotinho de ossos e, como se não bastasse, ossos de um anão!
A raridade da presença de um caixotinho de ossos de anão mexe com a fantasia de terror e não nos esqueçamos que, em tempos remotos, a figura do anão era associada a algo freak e, que com o tempo, essa imagem negativa foi sendo quebrada, mas ainda que não remeta mais a uma figura amedrontadora e, sim, agora, cômica, ainda é tratada como incomum, raro.
Eis que mais um elemento agrega-se à narrativa: formigas! As tais que que dão título ao conto. E são muitas formigas. Essas formigas dirigem-se ao tal caixotinho onde estão os ossos de anão.
Em dado momento, as formigas parecem tão organizadas, de um modo militar e até humanizadas. A protagonista descreve ações de uma das formigas como colocar as patinhas na cabeça expressando medo de ser pisoteada, balançar de cabeça.
A protagonista sonha com o suposto anão dos ossos e esses sonhos dão o clima cada vez mais aterrorizante.
As formigas e o caixote de ossos de anão. A pensão e a dona de aparência desleixada. Bolor. Todo o cenário de uma história tensa, intranquila.
Lygia tem esse cuidado de não fechar a história; deixa algo suspenso. Não nos dá certeza, sequer de que tudo aquilo é real, parece-nos por vezes, uma alucinação das inquilinas. Um medo sugerido por toda aquela atmosfera tão não-familiar. Ao mesmo tempo, é impossível não sentir um arrepio, aquele frio na espinha e tomar como fato possível, por que não?
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