Marlon Souza

por Camila Kaihatsu

Entrevista com Marlon Souza
O escritor Marlon Souza nasceu na véspera do natal do ano de 1992. Com 15 anos começou a escrever contos e textos avulsos e aos 22 lançou seu primeiro livro. Foi selecionado para diversas antologias e publicou quatro livros solos. Sua paixão pela literatura nacional o transformou em produtor cultural, jornalista e mediador de eventos literários.

O que lhe motivou a se tornar escritor? Quais autores lhe influenciaram? Quais os seus livros favoritos?
R: Eu comecei a ler com 12 anos quando conheci o mundo de Harry Potter e me apaixonei de imediato pela história e por todo o universo que a J. K. Rowling criou. Com o tempo comecei a escrever fanfics, também de HP, e aos poucos meus textos passaram a ser mais autorais. Acredito que foi graças a J. K. que comecei a ler e consequentemente a escrever. Mas o que mais me motivou a escrever foi a necessidade de me expressar através das palavras. Diversos autores me influenciam como John Green, Machado de Assis, Gayler Forman e alguns dos meus livros favoritos são Na Minha Pele de Lázaro Ramos, O Ódio que Você Semeia, Dom Casmurro...

Marlon, conte um pouco para nossos leitores sobre o seu primeiro livro “Às Vezes”, cuja primeira edição foi pela Autografia e a segunda pela Publiquei.
R: Às Vezes conta a história de Téo, que aos 17 anos descobre que foi infectado pelo vírus HIV, porém a história se passa nos dias atuais e quis mostrar como é a vivência de um soropositivo atualmente. Seus medos e anseios, suas paixões e motivações e principalmente sua luta por uma vida completa em todos os sentidos. Lancei a primeira edição do livro em 2015, porém cancelei o contrato com a editora por motivos pessoais e relancei ano passado pela Publiquei Editorial para participar da FLIP como autor convidado da Casa da Literatura.

Esse ano você lançou o livro “Entre Livros e Lápis de Cor” em coautoria com Thaís Abreu de Araújo. Como foi escrever um romance a quatro mãos? Vocês se alternaram na autoria de cada capítulo?
R: Escrever com a Thaís foi um enorme prazer e um exercício de escritora maravilhoso. A gente criou a história enquanto passeávamos em um evento literário aqui no Rio. Depois da ideia inicial cada um criou o seu personagem, suas motivações etc. Então começamos a escrever alternando os capítulos. Eu narrei os capítulos do Lucas e a Thaís os da Camila, mas sempre conversávamos o que poderia acontecer no capítulo seguinte, às vezes eu escrevi um capítulo todo idealizado por ela, e ao contrário também. Foi uma parceria incrível e que estou doido para repetir.

Você participou de diversas antologias como autor. Como foram suas experiências e, em sua opinião, qual a importância desse tipo de publicação para o escritor iniciante?
R: Depois que lancei a primeira edição do Às Vezes eu busquei aumentar meu público leitor e as antologias foram uma forma que achei que poderia conseguir um público maior. E de certa forma conheci diversos leitores através das antologias. É uma boa maneira para quem quer construir um público ou aumentar o seu próprio e trazer mais leitores para conhecer seus livros solos, mas como tudo nessa vida precisa ter muita atenção e crítica ao que é ou não bom e o que pode realmente te ajudar. Por isso digo sempre para avaliarem bem em quais editoras publicam. Mas ainda acredito que as antologias são ótimas para escritores iniciantes!

Ainda sobre antologias, você organizou a antologia, que será publicada pela editora Rouxinol, “Sombras da Noite” com o autor Rodrigo Fonseca. Como foi, desta vez, estar do outro lado, comandando a organização de uma antologia?
R: Está sendo uma experiência bem legal poder organizar essa antologia com o Rodrigo. Além dele ser um ótimo escritor e um excelente profissional, o projeto está bem diverso e com contos únicos. Acredito que todos irão gostar da nossa proposta!

Você é produtor do evento LiteraCaxias, fale um pouco sobre esse projeto para os leitores cultecléticos. Além desse evento, você também organizou o Litera RJ, Litera SP e Folia Literária. Pretende expandir esses eventos para outros lugares do Brasil? E realizar mais eventos no estado de São Paulo, além do Litera SP e o Folia Literária?
 R: O LiteraCaxias surgiu com a necessidade de fazermos eventos em uma área que não há muitos eventos literários que é Duque de Caxias e a Baixada Fluminense como um todo. E nosso projeto não só se mostrou necessário como também se tornou referência em eventos independentes no estado do Rio de Janeiro. Então começamos a expansão para outras cidades e também para São Paulo o que tem sido uma experiência muito legal. Acredito que a expansão virá com o tempo. Demoramos 3 anos para chegarmos a São Paulo, acredito que em menos tempo podemos estar em outros estados.

Quais são os maiores desafios na organização de um evento literário? 
R: Como se trata de um evento sem patrocínio do governo ou de uma grande empresa privada, para conseguir os apoios necessários e credibilidade de algumas editoras e alguns autores é bastante difícil. O público vem respondendo muito bem durante todos esses anos com os nossos eventos, tanto que é por causa do público que temos construído cada vez mais edições e eventos em diversas cidades. 

Como surgiu o portal de notícias Publiquei do qual você faz parte? E o selo editorial Publiquei?
R: A escritora Carol Dias idealizou e viabilizou a Publiquei para ser uma revista online focada em literatura nacional. A ideia deu muito certo e expandiu para um portal de notícias. Eu entrei como redator no segundo ano da revista e hoje sou editor-assistente da revista e do selo editorial. O selo surgiu com a necessidade de publicar nossos livros de forma independente, mas com a qualidade de qualquer editora. Na nossa equipe temos jornalistas, publicitários, revisores, capistas, diagramadores, editores etc. Toda a equipe para se publicar um livro desde a revisão até a produção do evento de lançamento e assessoria pós-lançamento. Foi um caminho orgânico. Hoje temos 4 livros publicados e 2 antologias. Estamos programando uma nova antologia para breve!

Quais são seus planos para 2019?
R: Estamos lançando a edição física do Entre Livros e Lápis de Cor e em breve liberaremos a data oficial do evento nas redes sociais. Também estou escrevendo um novo romance a convite de uma editora que conheceu meu trabalho no ano passado e estou focado nas minhas participações na FLIP, na LER e na Bienal desse ano. Ainda não tenho confirmação de um evento próximo, mas acredito que será a próxima edição do LiteraCaxias após a bienal.

Se pudesse indicar apenas um livro para as pessoas lerem, qual seria? E por quê?
R: Acho que seria O Ódio que Você Semeia. Esse livro mexeu profundamente comigo no ano passado e com certeza é um livro necessário para todo mundo. Ele fala sobre as várias faces do racismo, sobre preconceito e sobre como ele pode afetar a todos. É um livro que com certeza ficará para a história.

Para conhecer mais o trabalho do autor Marlon Souza:
Fanpage: https://www.facebook.com/marlonsouzaescritor/
Wattpad: https://www.wattpad.com/user/marlon8788
LiteraCaxias: https://www.facebook.com/literacaxias/
Publiquei: www.publiqueionline.com

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Às Vezes
Sinopse: Ao descobrir que foi infectado pelo vírus HIV e que teria de se adaptar a uma nova condição, Téo perdeu a esperança de viver. Para ele, qual sentido teria agora já que estava condenado?
Depois de aceitar sua nova condição, apoiado pelos seus pais e seu amigo João, Téo inicia a faculdade de jornalismo e durante a primeira aula ele é interrompido por Ana, que logo se mostrou diferente de todas as outras que conhecera.
Juntos, não existia a sombra da AIDS. Todo o mundo de Téo era Ana. Quando se beijaram pela primeira vez e começaram a namorar, ele começou a superar a doença. Agora, restava contar à menina que amava seu segredo mais sombrio.
“Às Vezes” é uma história que vai muito além de uma doença. Fala sobre aceitação, superação e, principalmente, amor.

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Entre Livros e Lápis de Cor
Sinopse: Camila Valença é uma garota completamente desastrada, que vive mergulhada em seus livros e séries. Como toda boa caloura de Letras, vive na biblioteca da faculdade entre centenas de páginas e o cheiro de livro que tanto ama. Além de lidar com o recente término do seu namoro de dois anos, Camila também se vê com os pais recém-separados.
Lucas Caetano, por outro lado, é aquele veterano de Arquitetura que não se vê preso a ninguém. Ele nem tem tempo para isso, já que a faculdade faz todo o trabalho de ocupar seus pensamentos. A não ser por sua avó de quase noventa anos, que é como uma mãe para ele. Ela sonha com o dia em que verá o neto encontrar o amor. Com sua festa de aniversário chegando, dona Abigail deseja vê-lo acompanhado e, sem saber o que fazer para não partir o coração da avó, Lucas convida a única garota que nunca pensou em chamar: Camila.
Em meio a muitas cores e letras, será que humanas e exatas poderiam dar uma trégua e embarcar em um namoro forjado?

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