Por Marília DuarteExistem histórias que são a verdadeira alma de Hollywood e Nasce uma Estrela é sem dúvida uma delas. Esta é a quarta adaptação para o cinema, onde anteriormente nomes como Judy Garland e Barbra Streisand protagonizaram essa mesma história. Ao trazer essa clássica narrativa para o mundo da fama atual, a nova versão precisava de uma estrela à altura das anteriores e certamente Lady Gaga é a maior definição atual da estrela pop com um imenso talento em suas veias. O longa é moldado através de notas, acordes e é claro dos talentos dela e de Bradley Cooper assim como da maravilhosa química que os dois possuem em tela. Em sua estréia como diretor, Cooper traz nessa adaptação uma abordagem emotiva e entusiasmada sobre a paixão pela música que permeia o drama de um relacionamento amoroso e o mundo devastador e tóxico do show business. Jackson (Cooper) é um popular astro e compositor da música country/rock que está aos poucos se entregando ao vício do alcoolismo. Em uma noite após um show, ele decide ir a um pequeno bar onde acontecem apresentações de cantoras drags e onde Ally (Lady Gaga) se apresenta todas as sextas com permissão de suas amigas donas do local. Ao ouvir Ally cantar La Vie en Rose espetacularmente, Jack fica encantando com sua voz e a partir daí os dois se conectam de uma forma mágica, se apaixonam e se tornam parceiros no mundo da música. O filme nos toca de uma maneira especial, afinal, conseguimos nos conectar e imergir para aquela história não só através das ótimas canções, como Shallow (em uma cena transcendentalmente emocionante) e é claro em I’ll Never Love Again, mas também através do amor entre Ally e Jack, que percorre momentos de alegria e momentos de angústia.Lady Gaga, que certamente deve ser indicada ao Oscar no próximo ano, está simplesmente magnífica. Quem assistiu a série American Horror Story: Hotel, já tinha visto seu talento como atriz. Mas nesse filme, onde ela constrói uma personagem orgânica e com muitas camadas, ela transporta ao espectador toda a emoção que sua performance carrega. A história de Ally, que poderia ser um simples conto sobre a descoberta de um talento e sua ascensão no mundo da fama, é mais sobre o que o artista está tentando transmitir num mundo tão saturado de pressões que é o show business. Bradley Cooper também está impecável e aqui ele possui uma das melhores atuações de sua carreira (com grandes chances de também ser indicado ao Oscar). Sua voz ao cantar é o fator surpresa do filme, e a sintonia que ele desenvolve ao lado de Gaga é algo lindo demais de assistir 💖 . E seu trabalho na direção é outro aspecto positivo do filme, desde alguns planos mais abertos até aqueles onde ele procura focar em sua estrela brilhando em cena. Nas cenas das músicas Shallow e I’ll Never Love Again, não tem como não se emocionar com a performance de Gaga. Os aspectos técnicos também brilham durante os 136 minutos de projeção, em especial a direção de fotografia assinada por Matthew Libatique, que traz uma fotografia granulada misturada às luzes vertiginosas, principalmente na primeira metade do filme, assim como abraça em alguns momentos o brilho e o glamour de Ally e em outros, a melancolia da música de Jack. Trailer legendado:
|
Archives
March 2022
Categories |