Por Marília DuarteEm praticamente todo ano são lançados filmes com a temática “coming of age”, ou seja, filmes em que seus protagonistas passam por uma fase de amadurecimento, especialmente na adolescência. Alguns se destacam pela ótima qualidade, outros pela falta dela e outros tantos por conter características mais cool do cinema indie. Hot Summer Nights (ainda sem título em português) se enquadra na terceira categoria. É um filme que aspira ser um pouco mais que uma estória descolada ambientada nos anos 90. Basicamente é uma simples história de um adolescente que vai passar as férias de verão em outra cidade e acaba se envolvendo com traficantes de drogas ao mesmo tempo em que se apaixona pela primeira vez. Festas de verão, lanchonetes e cinemas drive-in compõem a maior parte do pano de fundo, mas nada parece autêntico, já que outros tantos filmes (e séries) atuais costumam utilizar essa nostalgia para agradar o público. Pessoalmente, adoro celebrar a nostalgia que hoje virou moda principalmente por causa de Stranger Things (que amo!). Mas mesmo achando tudo isso bacana e divertido, com um tempo, os filmes e séries lançadas hoje que se passam nas décadas de 80 e 90, acabam se tornando repetitivos. E é justamente isso que ocorre com Hot Summer Nights. Mesmo gostando do estilo dele, do visual e claro, da trilha sonora, a narrativa em si não se aprofunda muito para nos entregar uma estória sólida e orgânica. O maior trunfo do filme é o excelente Timothée Chalamet (indicado ao Oscar esse ano pelo também excelente e lindo Me Chame Pelo Seu Nome). Ele interpreta o jovem deslocado Daniel , chamado de Danny pelo seu novo amigo e traficante de maconha, Hunter (Alex Roe, de A 5ª Onda). Mas mesmo assim, a trama envolvendo Danny, Hunter e a irmã deste, McKayla (Maika Monroe, de Corrente do Mal) ainda consegue desenvolver alguns mistérios e subplots que nos fazem sentir um certo suspense sobre a possibilidade de algo dar errado no relacionamento dos três. Isto porque Hunter deixa claro que ninguém deve se aproximar de sua irmã McKayla, deixando Danny numa situação complicada já que ele está perdidamente apaixonado por ela. O roteiro consegue construir um pouco o subplot de Hunter, levando-o dos clichês de “bad boy” à uma pessoa que está procurando ser amado. Sua relação distante com a irmã e um pai problemático o faz querer a atenção da filha do policial local, a jovem Amy (Maia Mitchell, da série The Fosters) e uma cena dele com o pai da garota nos faz entender suas motivações e este momento entre ambos acaba sendo um momento de compaixão para eles. |
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March 2022
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